Cientista brasileira professora em Universidade da China lança livro no Brasil

Larissa Santos sempre foi uma criança curiosa. As estrelas e o universo sempre a fascinaram. Desde muito nova, passava muito tempo pensando na vastidão do universo e, com apenas 10 anos, já tomou sua decisão: no futuro seria astrofísica. Graduou-se em Física pela UnB (Universidade de Brasília), tornou-se mestre pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e doutora pela Universidade de Roma “Tor Vergata”. Hoje, Larissa é professora no Centro de Gravitação e Cosmologia da Universidade de Yangzhou, na China, e está de passagem pelo Brasil, para a apresentação de sua obra “De onde surgem as grandes ideias?”.

No livro, a autora explora alguns fatores importantes para que as pessoas possam ter boas ideias, além do tão sonhado e idealizado momento “eureca”, utilizando o que se aprende ao longo da história – principalmente, ao longo da história da ciência. “O meu livro não é um guia formal de como ter boas ideias, mas, sim, minhas impressões baseadas em vivências, a partir da narrativa de grandes descobertas científicas”, antecipa.

Larrissa é graduada em Física pela UnB

Larissa Santos, através de seu canal nas redes sociais (@bariogenese), compartilha experiências e interage com seus seguidores – o que a inspirou a escrever a obra. Em discussões informais e descontraídas, Larissa, debatia com seus seguidores, “de onde surgiam as grandes ideias”, utilizando a ciência e as experiências adquiridas na academia científica, como pano de fundo. “Percebi, que muitas vezes, a história do empreendimento científico foi contada de forma a nos dar uma falsa impressão de que as grandes descobertas e invenções são fruto de mentes solitárias, depois de uma grande inspiração”, narra. A astrofísica acrescenta: “Boas ideias não surgem do nada. É um trabalho de montagem e reforma daquilo que herdamos ou nos deparamos ao longo da vida através de muito estudo e dedicação”.

Sobre Larissa Santos: A autora de “De onde surgem as grandes ideias?” mora na China há 10 anos. Inicialmente, Larissa mudou-se para o país oriental, com o objetivo de fazer seu pós-doutorado, no departamento de astronomia na Universidade de Ciência e Tecnologia da China (USTC), uma das mais bem conceituadas do país. “Trabalhar na China tem sido uma grata surpresa. Para além da pesquisa, as trocas culturais e de experiências têm sido transformadoras, me proporcionando aprendizados diversos que refletem até mesmo na minha paixão pela divulgação científica”, enfatiza. Larissa se destaca no campo da Cosmologia, o ramo da ciência dedicado ao estudo e observação da evolução do universo como um todo. A astrofísica se concentra especificamente no estudo da radiação cósmica de fundo, um vestígio do universo primitivo que permeia todo o universo. As informações extraídas dessa radiação são de fundamental importância para a cosmologia, pois é através delas que se desenvolve os modelos de evolução do universo.

A radiação cósmica de fundo foi descoberta em 1965 e é essencial para se entender o universo. Larissa utiliza telescópios avançados para medir essa radiação, permitindo insights sobre a formação inicial e a expansão subsequente do cosmos. Apesar de seu trabalho pioneiro, Larissa faz parte de um grupo ainda pequeno de mulheres na ciência brasileira, visto que a Academia Brasileira de Ciência conta com apenas 11% de mulheres em seus quadros, refletindo a necessidade de maior inclusão feminina nesta área tão fundamental.

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