AGRACIADO COM O PRÊMIO RIO LITERATURA, TIAGO MUSSI LANÇA MAIS UM LIVRO

“O ano em que me tornei psicanalista” é o título do livro do escritor e psiquiatra Tiago Mussi, membro provisório da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ). Mestre em Psicologia pela Universidade Paris-XIII (Université Sorbonne Paris Nord), Mussi recebeu, em 2016, o Prêmio Rio de Literatura pelo romance Tão fútil e de tão mínima importância. Autor de ficção, é de sua verve também “Por que os loucos escrevemos bons livros?”. Desta vez, com o lançamento este ano de ‘O ano em que me tornei psicanalista’, o autor escolheu abordar sobre suas prática e vivência na profissão.

Comovente e audacioso

A obra é toda elogios pelo também escritor e ganhador do Prêmio Jabuti, José Castello, que assina a apresentação do livro: “Para além da formação rigorosa, da longa análise pessoal e do empenho das supervisões, parece haver um a mais que não se deixa definir.  Algo que, talvez, não tenha mesmo um nome. Algo que, submetido a um nome qualquer, por melhor que ele seja, desaparece’”.  Castello prossegue com sua análise da obra, ressaltando que “a busca desse algo é o tema deste comovente, corajoso, audacioso livro do psicanalista e escritor Tiago Mussi’”.

Mussi, o autor de “O ano em que me tornei psicanalista”.

Ainda para José Castello, Tiago desafia as regras canônicas de neutralidade e apagamento, e se desnuda, “não por escândalo, ou por rebeldia’, mas por entender que o único caminho para se chegar à verdade é desmascará-la: “Limpá-la de toda pompa, solenidade, arrogância, esnobismo, jargões. Estampá-la, íntima e feroz, como ela sempre é. Ao longo de seu percurso na psicanálise, desde as inquietações do divã até os pensamentos que brotam hoje em sua poltrona, Tiago – embora se ampare todo o tempo, não só na teoria psicanalítica, mas também no saber da literatura – deixa-se guiar, sobretudo, pela memória. Sabe que a memória é sinuosa e derrapante, mas também que é nas suas frestas, ainda que deformadas pelo sonho e pela ficção, que a verdade emerge’, esquadrinha Castello na apresentação da obra.

Recursos Literários abundantes

Já quem assina o prefacio do livro é o psicanalista Admar Horn. Segundo ele, Mussi é capaz de nos conduzir de um modo bastante intrigante e de nos brindar com uma escrita recheada de recursos literários abundantes e de qualidade.   Horn considera que “através de um mundo psicanalítico, onde as parcerias, tanto com o seu analista como com a sua supervisora, tomam um vulto importante, enriquecendo significativamente o seu relato”, e que “a linguagem poética do autor e a leveza das suas expressões nos fazem mergulhar no universo dessa constatação da sua vivência psicanalítica”.

Inquietante Serenidade

“A descrição detalhada de fragmentos de sua análise pessoal, assim como as passagens extremamente interessantes de sua supervisão, nos transmite uma sensação de uma inquietante serenidade”, examina o psicanalista, que finaliza seu texto com um elogio ao autor Tiago Mussi e uma constatação: “Acredito que tornar-se psicanalista foi para o autor um ato de fé”.